Detentos do Presídio Alvorada em Montes Claros, no Norte de Minas, fizeram uma rebelião na noite desta sexta-feira (13). Agentes penitenciários informaram que o tumulto aconteceu em todo a unidade. Já a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), tratou a situação como "um princípio de motim". O motivo alegado pelos presos seria a sobrecarga na lotação do presídio.
Desde a interdição do Presídio Regional da cidade, em 23 de janeiro, 60 presos já foram transferidos para o Presídio Alvorada. Segundo dados da Pastoral Carcerária o local tem 262 presos do sexo masculino, 40 a mais do que a capacidade.
Durante o tumulto, os detentos colocaram fogo em colchões da unidade e, segundo a assessoria do Samu, 27 detentos ficaram feridos. Nove precisaram ser levados a hospitais da cidade por equipes do Samu e Bombeiros. "Nós fomos acionados primeiramente para um princípio de incêndio no Presídio, quando chegamos ao local, percebemos que havia certo tulmulto, mas separamos os feridos colocando-os para o lado de fora, onde a médica estava prestando os primeiros cuidados e depois encaminhamos aos hospitais", afirma o tentente dos Bombeiros, Lauro Fonseca.
Um homem que cumpre pena em regime semi-aberto há um ano e três meses na unidade reclamou da superlotação. "Ouvi várias vezes eles dizendo que tinham que manifestar sobre esta situação", disse o detento que não quis se identificar.
Barulho de estouros e gritos dentro do presídio deixaram Arlan Cristian apavorado com o irmão, que está preso há seis meses no local. "Fico muito preocupado em acontecer algo com ele nesta confusão".
A Polícia Militar e agentes penitenciários foram acionados para ajudarem a controlar a rebelião. "A Polícia Militar fez o apoio somente na parte externa do presídio. Quanto ao barulho não podemos precisar, pois pode ter fontes diversas que originam, inclusive com os próprios presos batendo nas grades das celas", explicou o tenete da PM, Aílton D'Souza.
O tenente disse ainda que os próprios agentes penitenciários coseguiram normalizar a situação. A Seds informou que presos que lideraram a manfestação "serão transferidos para outras unidades do sistema. Por razões de segurança, o número de presos e os locais de destino não serão divulgados".
A Seds afirmou ainda que os presos que precisaram de atendimentos médicos já retornaram ao presídio.
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