SEM-TERRA FECHA TRAVESSIA DO VELHO CHICO ENTRE MANGA E MATIAS CARDOSO

                                       imagem: Allanderson Santos/Nortícias
POR LUIS G. GUEDES
Um grupo formado por cerca de 70 trabalhadores rurais sem terra tentou bloquear o acesso ao porto da travessia do Rio São Francisco entre os municípios de Manga e Matias Cardoso, no extremo Norte de Minas, na manhã desta terça-feira (17). Acompanhados por um carro de som, o grupo reivindicava mais uma suspensão da ordem de despejo do assentamento da Fazenda Marilândia, localizada na localidade conhecida como Baixa Funda, no município de Manga.
O protesto foi pacífico e acompanhado por 15 homens da Polícia Militar. A concentração no porto da balsa, na margem esquerda do rio, começou logo pela manhã, quando os manifestantes tentaram impedir o acesso dos veículos às plataformas das seis balsas que atuam no local por meio do uso de correntes. Enquanto a ação ocorria na cidade, outro grupo de policiais acompanhava um oficial de justiça à sede da Fazenda Maurilândia PARA notificar os invasores sobre mais uma tentativa de evacuação do local.
Os sem-terra, ligados ao Comitê de Apoio à Luta pela Terra em Manga, entidade vinculada à Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Bahia, querem que o Incra conclua o processo de criação do assentamento Baixa Funda, no âmbito da Reforma Agrária, com a consequente homologação da desapropriação da Fazenda Maurilândia. Outra reivindicação do grupo, por sinal bem estranha aos conflitos fundiários da região, é a construção da ponte sobre o Rio São Francisco entre Manga e Matias Cardoso.

Antes, teve bloqueio da BR-135

O protesto dos sem terra é o segundo só neste ano. No início de abril, a Polícia Militar esteve no local PARA garantir o cumprimento do mandado judicial PARA a reintegração de posse da Fazenda Marilândia, mas alguns posseiros voltaram a invadir o local. Cerca de 100 famílias de posseiros que ocupam o lugar há 17 anos.Na ocasião,  o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Minas Gerais, Danilo Daniel Prado, se comprometeu a buscar solução para acabar com o impasse. Desde então, o Incra tenta convencer o dono da área, o fazendeiro Thales Dias Chaves, a negociar a venda da Marilândia para a autarquia. O argumento é de que ele já não usa a área há um bom tempo e que a melhor saída seria colocada à venda. O assentamento foi listado entre as áreas passíveis de desapropriação em Minas Gerais, mas o Incra ainda depende da declaração de interesse social da propriedade.

Os posseiros resistem em sair do local desde novembro de 2012, com a alegação de que as terras da ocupação Baixa Funda ficaram improdutivas durante cinco décadas e que, mesmo após a maior seca dos últimos 60 anos na região, eles mantêm 600 de hectares de lavouras na área. Em dezembro do ano passado, também em reação a outra tentativa de reintegração, os posseiros bloquearam a rodovia federal BR-135.

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