Com o Velho Chico na TV, projeto Cinema no Rio São Francisco, já em sua 11ª edição, visita 10 cidades e homenageia Guimarães Rosa

Desta vez, projeto de valorização da cultura ribeirinha sobe o Velho Chico em seu trecho mineiro até Pirapora, celebrando os 60 anos de uma das obras mais importantes da literatura brasileira, Grande Sertão Veredas
Com o sucesso da novela Velho Chico, bombando no horário nobre, o rio da integração nacional ganha evidência e chama a atenção para a cultura, tradições e para o modo de vida do povo ribeirinho. É nesse contexto que o projeto Cinema no Rio São Francisco 2016 chega à sua 11ª edição, homenageando um dos escritores mais emblemáticos da literatura em língua portuguesa, Guimarães Rosa, pelos 60 anos da primeira edição do livro Grande Sertão Veredas. Rosa, a novela e o projeto Cinema no Rio São Francisco têm muito em comum, e isto faz desta versão do projeto de difusão da cultura do Vale e de exibição de filmes, uma das mais especiais já realizadas.

O Cinema no Rio 2016 já tem data marcada e vai percorrer 10 cidades do trecho mineiro do rio, entre os dias 25 de agosto e 4 de setembro. A exemplo do que ocorreu no ano passado, o trajeto será feito por terra, por conta das atuais limitações de navegabilidade do Velho Chico, no trecho entre as cidades de Manga e Pirapora. Mas ao contrário dos outros anos, a caravana vai subir, ao invés de descer o rio, partindo da fronteira de Minas com a Bahia em direção à sua nascente. Nesta etapa, o Cinema no Rio vai passar pelas localidades de Manga, Matias Cardoso, Itacarambi, Januária, Pedras de Maria da Cruz, São Francisco, São Romão, Ponto Chique, Ibiaí e Pirapora.

Serão exibidos 9 filmes, sem contar os documentários produzidos em cada uma das cidades por onde passa o projeto. Na 11ª edição do Cinema no Rio, estão em cartaz:
“A Luneta do Tempo” (longa metragem dirigido por Alceu Valença), “O Bem Amado” ((longa metragem dirigido por Guel Arraes), “O Ultimo Cine Drive-In” ((longa metragem dirigido por Ibere Carvalho), “5 X Chico” (documentário dirigido por Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcante e Eduardo Goldstein); “A mulher que mentia para vender santos”, curta-metragem produzido pelos alunos do projeto Semiárido em Tela, Luiz Hernandes Azevedo, Maria Clara Vasconcelos, Miriam Cristina, Nara Riana Dantas, Nock Allan Lima e Antônio Eliel Santos; “Canto de Misericórdia”, curta de Marcela Bertelli, Inácio Neves e Henrique Mourão, “Disque quilombola”, curta de David Reeks; “Meninos e reis”, curta de Gabriela Romeu; e “Calango Lengo”, curta-animação dirigido por Fernando Miller.

O projeto entrou definitivamente na rotina das populações ribeirinhas do Alto São Francisco e já é parte integrante e aguardada do calendário de cultura e entretenimento das comunidades por onde passa anualmente.

Grandes sertões
O Cinema no Rio São Francisco e o livro de Guimarães Rosa têm muito mais afinidades do que se possa supor: ambos são ambientados na região do alto São Francisco, embora em outras edições o projeto de exibição e realização de cinema tenha percorrido também o médio e o baixo São Francisco, chegando até a sua foz. Outro ponto em comum entre o Cinema no Rio e Grande Sertão Veredas é a forte presença da cultura regional, valorizada por meio da linguagem e formas de expressão, ou através dos personagens locais, retratados tanto no livro quanto nos documentários que são produzidos em cada localidade por onde passa o Cinema no Rio.

Mas o objetivo primordial do projeto sempre foi levar o encanto do cinema para a população ribeirinha do Velho Chico. “Pela segunda vez, somos obrigados a fazer todo o trajeto por terra, em uma adaptação forçada à grande seca do rio que, de tão baixo, não permitia a navegação. Agora, voltamos a percorrer o trajeto por terra, torcendo pela recuperação do Velho Chico e pela sua normalização”, adiantou o idealizador e coordenador geral do Cinema no Rio São Francisco, Inácio Ribeiro Neves.

“A proposta do projeto é a democratização do acesso à cultura por meio da exibição de curtas e longas-metragens nacionais em comunidades que vivem a beira do rio da integração nacional”, define Inácio Neves. Desde 2004, mais de 300 mil pessoas assistiram às sessões de cinema ao ar livre, que reúnem crianças, jovens e adultos, incluindo muitos moradores que nunca haviam visto um filme na telona. “Já realizamos 10 edições e vamos iniciar agora a décima primeira. Isto é um feito raro, só possível pela confiança dos parceiros e patrocinadores. Tenho orgulho de contar em todos esses anos, com o imprescindível patrocínio da Oi e Petrobras, que demonstram assim sua sensibilidade em relação à valorização da cultura ribeirinha e à sua inserção fora do Vale do São Francisco”, reconhece Inácio Neves.

O projeto também busca denunciar a situação do Vale do São Francisco a partir dos documentários que produz e das atividades que realiza. O Cinema no Rio também busca valorizar as belezas locais e fazer com que mais pessoas se encantem pelo rio, chamando a atenção para a urgência da preservação do rio e de seus afluentes.

Além da exibição em praça pública de filmes em longa e curta metragem, com direito à tradicional pipoca, o projeto também produz e exibe um documentário em cada comunidade por onde passa, além de realizar oficinas de fotografia que buscam despertar um novo olhar sobre o ambiente e o cotidiano das crianças e adolescentes das escolas públicas, quem sabe, despertando futuras vocações.
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Programação de exibição


25 de Agosto – Manga
26 de Agosto – Matias Cardoso
27 de Agosto – Itacarambi
28 de Agosto – Januária – MG
30 de Agosto – Pedras de Maria da Cruz

31 de Agosto – São Francisco
1º de Setembro – São Romão
2 de Setembro – Ponto Chique
3 de Setembro – Ibiai
4 de Setembro – Pirapora

_____________ Cinema no Rio São Francisco 2016 - 11ª Edição 

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