Mais de 70% das escolas estaduais do Norte de Minas estão com aulas suspensas por atraso no pagamento dos servidores
Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação em Minas Gerais
(Sind-Ute/MG) afirmou nesta quinta-feira (21) que as aulas na rede estadual de
ensino permanecerão suspensas no Norte de Minas até o pagamento integral da
primeira parcela do salário dos professores, incluindo os profissionais ativos
e aposentados. De acordo com o sindicato, mais de 70% das escolas estaduais da
região aderiram à paralisação.
Somente em Montes Claros, segundo o diretor regional do Sind-Ute,
Geraldo Costa, mais de 40 escolas permanecem sem aulas. Um grupo de professores
e alunos fez uma manifestação na manhã desta quinta-feira em frente à Escola
Doutor Gonçalves Chaves, no Centro da cidade. Vestidos de preto, com faixas,
cartazes e apitos eles cobraram que o Governo Estadual regularize os pagamentos
dos servidores.
De acordo com o Sind-Ute, a primeira parcela referente ao salário dos
professores ativos foi paga, conforme acordo com o governo; na maioria dos
casos, o valor acertado corresponde a 50% dos salários. O descumprimento do acordo,
segundo do sindicato, se refere ao pagamento dos professores aposentados, que
receberam R$ 500, independente do valor total da aposentadoria.
"O Governo pagou a parcela apenas dos servidores ativos, e não
acertou com os aposentados. No caso deles, ainda que o valor total do salário
seja R$ 1 mil ou R$ 6 mil, foi pago apenas R$ 500. Não houve critério. Eles são
mais velhos, adoecem mais, não é justo. Até porque os hospitais pararam de
atender pelo plano IPSEMG [plano de saúde dos servidores] por falta de repasse.
Como estas pessoas vão arcar?", questiona Geraldo Costa.
Consequências
do descumprimento
O parcelamento dos salários dos servidores, além do descumprimento por
parte do Governo de Minas em relação ao valor da parcela paga aos aposentados,
tem prejudicado o orçamento de muitas famílias. A professora aposentada Sara
Garcia tem recebido o pagamento de maneira fracionada há meses. "A única
forma de resolver isso é passar as contas para a segunda quinzena",
comenta.
De acordo com a aposentada, em junho a preocupação com as
responsabilidades ficou maior. Sara não recebeu nem a metade da primeira
parcela da aposentadoria. O pagamento de parte das contas da casa está
atrasado. "Todos nós que estamos sem receber vamos ter que pagar juros
referentes ao atraso das contas. Como comprarei sem o salário em mãos? Além
disso, não posso fazer compromisso, porque talvez eu não receba no próximo mês.
Estamos muito inseguros", afirma a servidora aposentada.
O
que diz o Governo
Em nota, a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais afirmou que a
decisão de parcelar os salários dos servidores do Executivo Estadual (ativos e
inativos) está atrelada ao rombo de R$ 8 bilhões deixado pelas gestões
anteriores e também à atual crise econômica.
Disse ainda que o atraso no depósito da primeira parcela de parte dos
servidores, ativos, feita neste mês, deve-se à queda na arrecadação tributária.
Com relação aos servidores inativos, a Secretaria afirma que os depósitos dos
valores restantes dos pagamentos serão feitos à medida que o fluxo de caixa do
Tesouro Estadual for normalizado.(POR G1 GRANDE MINAS)
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