Após isolamento social, igrejas de Montes Claros adotam restrições e voltam a receber fiéis
Desde esse sábado (25), as
igrejas de Montes Claros estão autorizadas a realizar cultos, missas e demais
expressões religiosas. A liberação foi dada após publicação do último decreto
pela prefeitura.
De acordo com o documento, as
famílias devem manter distância de 4 quatro metros entre elas e cada celebração
poderá durar até 45 minutos e ter até 30 pessoas.
Ainda segundo o decreto, só é
permitida uma celebração por semana, mas várias em um mesmo dia desde que se
obedeça ao intervalo de uma hora entre o final de uma celebração e o início de
outra.
Além disso, os locais devem
oferecer itens de higienização e os fiéis só podem entrar com máscara.
Na Primeira Igreja Batista de
Montes Claros, o pastor responsável preparou três horários de culto no período
da manhã e dois à tarde. Para que o esquema ficasse organizado, linhas
telefônicas foram disponibilizadas para os fiéis informarem em qual horário
iriam.
“É um recomeço, mesmo com
todas as restrições. Esse reencontro foi fundamental. À medida que os decretos
e as decisões forem mais flexíveis, muito mais fortes voltaremos, sem deixar de
manter as recomendações sanitárias. Sem poder nos abraçar, agora, estamos
ressignificando a forma de expressar sentimentos. As palavras ganharam mais
força que o afeto físico”, disse Alan Taques, pastor da Primeira Igreja Batista
de MOC.
Os fiéis que participaram do
momento religioso se emocionaram ao poder retornar à igreja depois da proibição
de combate ao coronavírus.
“Esse é um momento de muita
emoção para mim. Eu esperei tanto por isso. A alegria é muito grande. Aqui, eu
me sinto acolhida, eu voltei para casa, onde nós depositamos nossa esperança.
Um tempo melhor há de vir, eu espero”, disse emocionada Helena Moura,
aposentada, que frequenta a igreja há mais de 15 anos.
Outra instituição religiosa
que se adequou às normas do decreto foi a Igreja Menino Jesus de Praga. A
paróquia sinalizou os bancos e demarcou espaços para impedir que famílias se
sentassem próximas. Álcool gel foi distribuído na porta e todos entraram com
máscaras.
Antes da pandemia, as três
missas aos domingos recebiam mais de 500 fiéis cada. O pároco se emocionou ao
falar sobre o espaço que, agora, pode abrigar apenas 30 pessoas.
“Além das normas impostas pela
administração municipal, também respeitamos as orientações passadas pela
Arquidiocese de Montes Claros. Muitos precisaram voltar para casa, mas, é
apenas uma fase. Vai passar”, resumiu Pedro Leonides, vigário paroquial.
Eres Carlos foi um dos trinta
fiéis que participaram, e não segurou as lágrimas ao poder voltar a frenquentar
a igreja. “Esse afastamento temporário abriu um buraco no peito da gente. Eu
sentia falta. Isso tudo precisa passar. É muito triste ver que muitos vieram e
não puderam participar”, comenta o comprador.
Marco Aurélio estava com
casamento marcado para 18 de abril na paróquia. Precisou desmarcar em razão da
pandemia. Comparecer à missa foi uma espécie de esperança para ele. “Não tem
explicação poder voltar. É um tempo de reflexão, de busca, de exercitar a fé e
a caridade. Voltar aqui é muito emocionante”, disse o engenheiro agrícola.
Por G1 GRANDE MINAS
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